segunda-feira, 19 de agosto de 2013

À procura da liberdade





Você vê os outros se jogando e se pergunta: Qual o sentido disso? Por que se jogar se subirá novamente? Você estava ficando louca com aquilo. Eu não pude ignora-la, então fui ao seu encontro. Qual o problema? Está tudo bem? Você estava à beira de um colapso quando me respondeu que não entendia o porquê das pessoas se jogarem do penhasco e subir novamente. Eu também não sei por que os outros fazem isso, cada pessoa pensa de forma diferente, mas talvez elas queiram voar, se sentir como um pássaro que bate suas asas no céu azul. No momento que está caindo você esquece de tudo, quando cai na água sente seu corpo leve e depois sobe em busca dessa incrível sensação novamente. Você não deveria tentar entender ou outros, apenas tente sentir por si mesma, sinta-se livre. Ao ouvir essas palavras ela se jogou de braços abertos em busca de sua própria verdade, em busca de sua liberdade.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Perdido



   Aqui estou eu novamente, preso nesse mundo gelado. Tudo o que vejo é um céu negro e a areia por onde caminho. Por que estou sozinho? As pessoas tentavam se aproximar de mim, mas quando falavam comigo eu as ignorava. Por que que eu fazia isso? Achava que eram todos idiotas, não precisava deles. Eu nasci sozinho, não preciso de ninguém. É isso, não preciso. Alguém começa a dizer algo. Como poderia haver alguém aqui? É MEU mundo. Corro desesperado, as lágrimas escorrem por meus olhos. De repente me bato em algo. De novo algo impossível, meu mundo era vazio, não tem nada além do céu, da areia e de mim, pelo menos é como deveria ser. Levanto meus olhos e vejo alguém. Conhecia aquela pessoa de algum lugar. Era um menino do meu tamanho e uma roupa colorida, aquilo doía em meus olhos. Ele veio em minha direção. Tentei fugir, mas me segurou pelo braço. Eu estava com medo. Ele começou a dizer algo, então tentei tampar meus ouvidos. Era inútil, sua voz penetrava em minha mente. Como aquilo era possível? Me dizia que estava muito bem, que não precisava ter medo. Olhei em seus olhos. Aquele era eu? Não era possível, era alguém de aparência muito diferente. Lembrei de algo. Eu era feliz, conversava normalmente com as pessoas. Algo havia acontecido, mas o que? Meu outro eu me puxou pela mão e me levou para uma sala escura. Haviam dois lugares e uma televisão enorme. Parecia um cinema particular. Algo começou na tela. Era eu. Estava sentado, rodeado de pessoas sorridentes. Achei que meu outro eu queria que eu fosse assim novamente, mas não era isso, não só isso. De repente a cena mudou. Eu estava sentado com uma pessoa, conversando. Aquele filme eram minhas memórias que estavam trancadas. Era tipo um filme mudo. Apareciam as imagens e depois as coisas que haviam sido ditas. A cena muda. Eu estava conversando com meu melhor amigo. Estava dizendo meu maior segredo. A cena mudou novamente. Meu "melhor amigo" estava contando meu segredo a todos. Depois a cena mudou de novo. As pessoas que riam comigo na primeira cena estavam se afastando de mim. Elas sabiam de tudo. Alguns ainda continuaram ao meu lado, mas eu não podia confiar mais em ninguém, afinal, até meu melhor amigo havia me traído. Enfim lembrei o que havia acontecido. Me afastei de todos e antes que pudesse perceber havia me afundado nesse mundo. O outro eu sorriu ao ver que havia lembrado de tudo. O que ele queria? Me ver mais triste? comecei a chorar enquanto "eu" ia embora. Aquelas cenas ficavam passando na minha cabeça o tempo todo. Então percebi que aquele outro eu era minha consciência. Ela queria me ajudar. Percebi que haviam pessoas que gostavam de mim, aquele em quem confiei era só um idiota. Não, ele não era um idiota, eu era. Confiei demais em quem não devia. Queria sair daquele mundo que havia entrado, mas como? Tentei achar minha consciência novamente, mas estava sozinho. Como poderia sair daquele lugar? Comecei a chorar. Minha consciência reapareceu, mas dessa vez estava diferente. Estava séria. Me deu um tapa e mandou engolir o choro. Depois disso me disse que se queria tanto sair dali que saísse então. Dito isso foi embora. Acho que entendi. Aquele era MEU mundo, se quisesse sair podia fazê-lo. Consegui sair daquele inferno camuflado de paraíso. Percebi que nem todas as pessoas eram iguais. Claro que tem aquelas que iriam nos trair, mas também tem aquelas que estarão sempre ao nosso lado.